Festividades em Honra da Mãe Soberana
As festividades da Mãe Soberana em Loulé constituem uma tradição que data do século XVI.
Em Loulé realiza-se anualmente uma manifestação grandiosa em Honra da Virgem Nossa Senhora da Piedade, mais carinhosa e popularmente chamada de Mãe Soberana, que atrai à cidade de Loulé milhares de crentes e visitantes, leigos e curiosos també, de todo o País.
Em 2004 comemoraram-se os 450 anos do culto à Mãe Soberana. No ano transato, o o “Culto a Nossa Senhora da Piedade” foi aceite e inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, pois reflete a identidade da comunidade louletana.
Esta festa decorre entre o Domingo de Páscoa e os quinze dias posteriores. Divide-se em duas fases: a Festa Pequena e a Festa Grande, aquela que é mais famosa.
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Num primeiro momento, que coincide com o Domingo de Páscoa, tem lugar a descida da imagem de Nossa Senhora com seu Filho nos braços, desde o Santuário (cerro) até à Igreja de S. Francisco.
Quinze dias depois realiza-se aquela que é considerada a Festa Grande e a que é mais popular. Reaiza-se o regresso da Senhora da Piedade ao seu Santuário que, se encontra localizado a poente, sobranceiro sobre toda a cidade.
De salientar que nesta manifestação de grande culto pela Fé, existem duas vertentes distintas: a religiosa, no seu mais sentido significado; e a profana, na mais ampla e liberal exteriorização popular.
A morada oficial da Senhora da Piedade
O Santuário de Nossa Senhora da Piedade, localizado na freguesia de São Sebastião, é um dos mais importantes santuários marianos de Portugal e no qual a respectiva celebração anual é reconhecida como “a maior manifestação religiosa a Sul de Fátima”. Foi construído junto da Ermida no alto da colina sobranceiro sobre a cidade e, sobre ele conta-se uma interessante lenda (ver outra informação).
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Em 1994, o novo Santuário foi inaugurado, mantendo-se também a Ermida no seu local de origem, embora sofrendo alguns melhoramentos.
Festa Pequena
A Festa Pequena, como se designa a descida da Mãe Soberana, desde a Ermida até à Igreja de São Francisco, no centro da cidade, todos os Domingos de Páscoa, precede o dia por que todos os louletanos esperam – a Grande Festa da Mãe Soberana.
O dia começa com a ida dos locais até ao cerro da Senhora da Piedade, onde se encontra o Santuário da Mãe Soberana (actualmente composto pela antiga ermida e a igreja-parábola, esta última modernista, erigida no final do passado século). Por lá se faz a missa pascal, seguindo os parâmetros habituais, mas depois vem o desvio à norma: da capela é retirada a Mãe Soberana, escultura em madeira da Pietá, para que seja levada até ao centro de Loulé.
Quem carrega o pesado andor é um grupo de rapazes que se designa de “Homens do Andor“, sendo que apenas oito transportam aqueles 360 quilos de fé, ladeira abaixo, ajudados pelo compasso sonoro acelerado, dado pela Banda Filarmónica louletana Artistas de Minerva entoando, designadamente, o Hino à Mãe Soberana.
Entre o Domingo de Páscoa e o terceiro Domingo de Páscoa, a Mãe Soberana irá viver pela urbe. Esta passagem provisória é celebrada em toda a cidade com manifestações religiosas e populares – afinal, só por duas semanas do ano é que a Cidade de Loulé detém a sua Padroeira tão de perto.
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Descida para a Igreja de São Francisco
A imagem de Nossa Senhora da Piedade, com seu Filho nos braços, desce no Domingo de Páscoa até à Igreja de São Francisco, iniciando-se assim, neste dia, as festividades em Honra da Mãe Soberana, na cidade de Loulé.
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Festa Grande em Honra de Mãe Soberana
A Festa Grande é o elementar dia da tradicional Festa da Mãe Soberana. Realiza-se no terceiro Domingo de Páscoa, ou seja, duas semanas após a Páscoa propriamente dita.
Nesta data, Loulé recebe visitas de toda a província algarvia e até do país, por vezes até da Andaluzia. Há pequenos sinais de peregrinações a pé, tal e qual como se faz, a uma outra escala, em Fátima.
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Da Igreja de São Francisco para o Monumento a Duarte Pacheco
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O Dia da Festa Grande em Honra de Nossa Senhora da Piedade, vulgarmente chamado de Festa da Mãe Soberana, começa bem cedo.
O andor é carregado da Igreja de São Francisco até ao monumento erigido em memória de Duarte Pacheco. Por ali se fica até tornar a ser levantado e venerado ao longo das ruas de Loulé, regressando à Igreja de São Francisco, onde ocorre a preparação do grande evento.
Na Igreja de São Francisco e no Largo em frente, Banda Filamónica, Homens do Andor, autoridades civis e religiosas, crentes e preguerinos, preparam-se para o grande acontecimento – a subida até ao Santuário da Senhora da Piedade, residência oficial da Mãe Soberana.
Escalar a ladeira, bastante inclinada, não deixa de ser o grande desafio para todos, mas especialmente para os Homens do Andor, rodeados de uma autêntica multidão que empurra moralmente o esforço hercúleo daqueles oito homens, que em passo acelerado, metro a metro, banhados em suor, se aproximam da sua meta para depois respirarem fundo perante mais uma missão cumprida.
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E… Viva a Mãe Soberana !… canta-se ladeira acima, até à chegada.
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Entretanto, a banda segue atrás do andor, tocando a Marcha Triunfal à Mãe Soberana, uma composição musical especialmente criada para este momento, cuja cadência, no meio dos “Viva a Mãe Soberana”, amplia os sentimentos e tudo se confunde entusiasticamente, num mesmo compasso, recheado de Esperança, Agradecimentos, Dedicação, Alegria e Fé, em simultâneo com o acenar dos lenços brancos.
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Esta Festa Grande termina com o regresso dos louletanos à cidade, onde ocorrem os derradeiros convívios e se narram os mais recentes episódios, normalmente à mesa dos restaurantes e bares da cidade, num até pró ano se Deus quiser.
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