Festival do Contrabando
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Festival do Contrabando

O Festival do Contrabando é mais que um festival, é a fusão em forma de homenagem a uma atividade que ao longo da história foi importante para as gentes da fronteira, com as artes e a cultura. O evento é organizado pela Câmara Municipal de Alcoutim em colaboração o Ayuntamiento de Sanlúcar del Guadiana.

A paisagem fronteiriça que desafiava os destemidos na passagem de mercadorias, agora é palco de vários projetos culturais que transportam para o interior das populações e seus visitantes, os sonhos e ambições, recriando na Vila Raiana uma oferta cultural que desafia todas as condicionantes existentes. A Câmara Municipal de Alcoutim, foi a responsável pelo impulsionamento desta extraordinária demonstração cultural que ocorre anualmente envolvendo as duas localidades transfronteiriças de Alcoutim e Sanlúcar del Guadiana.

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Durante o Festival do Contrabando o visitante poderá atravessar a ponte flutuante Transfronteiriça Alcoutim / Sanlúcar del Guadiana

Em tempos idos, mais concretamente na época da ditadura fascista (até 1974), foram inúmeras as atividades praticadas e desenvolvidas neste cenário de fronteira natural entre os países vizinhos. Este facto foi visto pela população local como um mundo de oportunidades, e de valorização de recusos onde sempre existiu uma familiar convivialidade, marcada por trocas comerciais e laços afetivos que ajudaram a criar uma identidade local.

A figura do Contrabandista

Contudo, o Estado Novo proibia as trocas comerciais, responsáveis pelos aromas de café, amêndoa, cereais, tabaco, que de certa forma foram responsáveis pela criação da figura do contrabandista, que às costas carregava pesadas sacas transportando mercadorias que passavam a fronteira … fugindo à Guarda Fiscal levavam sonhos, fantasias e alimenavam a ambição de uma vida melhor para sua família.

Depois da ‘escapela’, surgia todo um ambiente de descontração, aos sons de acordeão e fandangos, estórias de paixões além fronteira, azáfama nos mercados rurais da serra, combinações secretas nas tabernas da região, originando conflitos onde se misturavam sentimentos, interesses e sonhos.

O guarda-fiscal era, por vezes, um espetador (des)atento a muitas desavenças que se geravam pelas diferenças que a própria fronteira naturalmente permitia.

Memória coletiva intemporal

O contrabando é memória coletiva, intemporal seguramente, e regressa à região com a importância que se atribui ao património cultural, a uma identidade social conquistada pelo povo numa dinâmica original envolta na arte e cultura à beira rio.

A paisagem fronteiriça que desafiava os destemidos na passagem das mercadorias, agora é palco de vários projetos culturais que transportam para o interior das populações e também alguns dos seus visitantes, os sonhos e ambições, trazendo até à Vila Raiana uma oferta cultural que tem potencialidades para desafiar todas as condicionantes existentes.

O Nordeste Algarvio

Ao território marcado geográfica e historicamente pelo rio Guadiana a separar as regiões serranas de Portugal e de Espanha, assistido por uma natureza ímpar, que apresenta um típico relevo ondulante, proporcionando paisagens de distinta beleza, cheias de luz, vida e cor, chama-se Nordeste Algarvio.

Nas proximidades, outras pequenas aldeias estabelecem, rodeadas pela vegetação tradicional, as características de uma vida de interior marcada pelas dificuldades de quem tem que ‘pagar’ o elevado preço da interioridade e que não é devidamente assistida por serviços e transportes regulares como acontece a litoral.  

Segundo a Câmara Municipal de Alcoutim, vivemos no “tempo” das memórias. E nesse sentido, atualmente, com o crescente interesse pelo património cultural faz todo o sentido registar e estudar as “memórias” do contrabando numa perspetiva de melhor se entender a identidade local e contribuir para a discussão do despovoamento do interior e especialmente nesta zona raiana.

As gerações que viveram o contrabando tradicional estão a desaparecer, perde-se a sua cultura, os seus hábitos costumes e ‘submissões’ que lhes incutiam o sentido de sobrevivência. Com essas gentes também se perdem conhecimentos, passados entre gerações, que foram acumulados ao longo dos anos…


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